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Mostrando postagens de setembro, 2023

#6 Série Cormoran Strike

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O sétimo volume da série (Mulholland Books)      Opiniões controversas à parte, precisamos falar sobre a série de J. K. Rowling escrita sob o “pseudo-pseudônimo” Robert Galbraith. Grande parte dos fãs de narrativas policiais provavelmente questionariam a qualidade e a consistência da série de suspense que está chegando ao sétimo livro. Eu, apesar de atualmente tê-lo lido pouco, me considero também adepta do gênero, e só fiquei de fato presa aos casos investigados por Cormoran e Robin no terceiro, no quinto e no sexto livros. Algo, porém, tem melhorado de maneira inegável: a construção de personagens feita pela autora britânica. Mesmo os secundários têm, cada um, características bem definidas e são verossímeis. Mas o destaque, sem dúvida, é Robin Ellacott, uma coprotagonista pluridimensional que só outra mulher consegue escrever. As questões de Robin ‒ violência e trauma, sua escolha de carreira e a misoginia no ambiente de trabalho, problemas nos relacionamentos familiares e afetivos

#5 Adua, de Igiaba Scego

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  (Editora Nós, Tradução de Francesca Cricelli) Há alguns anos, quando Igiaba Scego foi publicada no Brasil e aqui esteve em eventos literários, eu ouvi comentários sobre sua obra, então sabia que ela é uma autora italiana de ascendência somali e que “escreve sobre colonialismo”. Quando peguei o livro para ler, umas duas semanas atrás, achei que tinha chegado a hora de conhecer a escrita dela e pensei “este livro não vai interferir muito nas outras várias coisas que estou lendo, porque é fino”. Eu definitivamente não estava preparada para o que estava por vir. A surpresa começou com a estrutura narrativa do romance, bem diferente do que tenho lido. São capítulos narrados em primeira pessoa pela protagonista, Adua, intercalados com o ponto de vista de seu pai, Zoppe, mostrado por um narrador onisciente. Há também capítulos chamados “sermões”, onde Zoppe comunica-se diretamente com a filha.  No início do livro, Adua é uma mulher idosa contando seu cotidiano, que inclui um marido bem

#4 Reencontro com Capote

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          Truman Capote      Curiosas as sensações que livros e autores podem provocar, muitas vezes anos depois da leitura. Limpando a minha lista de desejos, – hoje compro muito menos livros do que já comprei um dia, graças aos céus e às bibliotecas onde pego emprestado muito do que leio – encontrei “Música para camaleões” e meu coração derreteu um pouquinho, porque Truman Capote é dos autores que me tocaram profundamente. T enho “Breakfast at Tiffany's: a short story and three novels” , “A sangue frio” e “Os cães ladram – Pessoas públicas e lugares privados”. Todos já foram degustados e devidamente colocados no altar onde rendo homenagens à boa literatura. Também já me deleitei com “Um prazer fugaz –  As cartas de Truman Capote” (editado por Gerald Clark), mas deste me desfiz por não ter intenção de reler, já que da primeira vez foi um prazer não tão fugaz, sendo o livro um calhamaço com mais de 500 páginas. A inda não li nem comprei “Música para camaleões”, mas a sensaçã