#4 Reencontro com Capote


        

Truman Capote

    Curiosas as sensações que livros e autores podem provocar, muitas vezes anos depois da leitura.

Limpando a minha lista de desejos, – hoje compro muito menos livros do que já comprei um dia, graças aos céus e às bibliotecas onde pego emprestado muito do que leio – encontrei “Música para camaleões” e meu coração derreteu um pouquinho, porque Truman Capote é dos autores que me tocaram profundamente.

Tenho “Breakfast at Tiffany's: a short story and three novels”, “A sangue frio” e “Os cães ladram – Pessoas públicas e lugares privados”. Todos já foram degustados e devidamente colocados no altar onde rendo homenagens à boa literatura. Também já me deleitei com “Um prazer fugaz –  As cartas de Truman Capote” (editado por Gerald Clark), mas deste me desfiz por não ter intenção de reler, já que da primeira vez foi um prazer não tão fugaz, sendo o livro um calhamaço com mais de 500 páginas.

Ainda não li nem comprei “Música para camaleões”, mas a sensação provocada em mim quando o vi na lista foi de que lê-lo seria a solução para todas as minhas questões atuais. Também foi o gatilho para reflexões sobre o quão profunda é a minha ligação com as palavras, a ponto de a memória da obra de um autor me emocionar anos após a leitura. Como explicar que sendo eu uma pessoa de origem, condições e experiências bem diversas das de Capote eu possa me emocionar tanto ao ver um livro seu e ter o autor na memória como um amigo querido de quem hoje sinto saudade? Outros leitores e teóricos literários já devem ter escrito material para horas de leitura a respeito desse tema. Ainda assim, hoje tendo a acreditar que a resposta é simples em toda a sua profundidade. Parafraseando a definição de arte do Dicionário Online de Português, uma obra literária é o compartilhamento das experiências individuais ou coletivas por meio de uma interpretação ou impressão sensorial, emocional, afetiva, estética etc.

Para mim, é tudo isso ao mesmo tempo, pois meu coração está mais leve com a expectativa de ler “Música para camaleões” e assim reencontrar, o mais breve possível, meu migo Capote <3


Comentários

  1. Truman Capote, com certeza foi um grande reporter, um grande escritor. Acredito que sua experiência como jornalista, abriu às portas da literatura, por ter um vasto conhecimento jornalistico, e com sua experiência, abriram uma vasta ramificação para escrever livros, e é uma engrenagem importante para a cultura!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

#35 Contos indígenas brasileiros, de Daniel Munduruku

#21 A última casa da Rua Needless, de Catriona Ward

#1 Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway