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Mostrando postagens de 2023

#19 Melhores Leituras de 2023, Parte 2/2

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Conforme o prometido , eis a segunda e última parte das minhas melhores leituras de 2023.  11. “A polícia da memória”, de Yoko Ogawa ( Estação Liberdade , Tradução de Andrei Cunha) Em uma ilha em local e tempo indeterminados, objetos, animais e até sensações começam a desaparecer. As coisas estão lá e, de repente, não estão mais. Quem por acaso ainda tem aquilo deve se desfazer o mais rápido possível ou terá problemas com a polícia da memória. Em geral, após os sumiços, todos esquecem daquilo que lhes foi tirado. Algumas pessoas, porém, ainda se lembram. Isso as coloca em risco, pois elas são escoltadas pela polícia “para averiguações” e nunca voltam às suas casas.  Esses são os acontecimentos estranhos da distopia escrita pela japonesa Yoko Ogawa. A narrativa é envolvente e a trama paralela, a de um romance escrito pela protagonista sem nome de “A polícia da memória” é tão interessante quanto a principal.  O livro não oferece solução para os mistérios que cria e há diversas interpreta

#18 Melhores Leituras de 2023, Parte 1/2

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       Várias ótimas leituras deste ano aconteceram quando eu ainda não escrevia por aqui. Então eu quis aproveitar a época de retrospectivas para falar desses livros. Vai ser um “top 19”, assim nenhum favorito meu ficará de fora. Hoje falarei dos dez primeiros. Os restantes ficam para a semana que vem. Quem adoramos listas? 😄      Os livros aparecem aqui na ordem em que foram lidos, e não de preferência.       Note ainda que a esmagadora maioria dos livros não foi publicada em 2023.       Sem mais delongas, vamos à lista. “1808”, de Laurentino Gomes (Globo Livros) Nesse primeiro livro da trilogia de Laurentino Gomes, aprendemos (ou relembramos da época da escola) de forma interessante e concisa sobre o período histórico em questão e assim entendemos a construção do Brasil que conhecemos hoje. Os outros livros, “1822” e “1889”, apesar de bons, são por vezes repetitivos. Os três proporcionaram uma leitura que em alguns momentos me deprimiu, por revelar que a mentalidade política e soci

#17 A Christmas Carol, de Charles Dickens

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  (Amazon Classics) Sucesso desde o período em que publicou em folhetins, em meados do século XIX, Charles Dickens passou de autor popular a um dos clássicos da prosa inglesa. Ele produziu obras reeditadas e adaptadas até hoje para cinema, teatro e histórias em quadrinhos entre outras mídias e seu sobrenome até deu origem ao termo “dickensiano”, que refere-se a viver e trabalhar em condições miseráveis. Seu trabalho mais conhecido é “Um conto de Natal”, novela publicada originalmente em 19 de dezembro de 1843 ( e com a primeira edição esgotada no dia 24! ) e adaptada para o cinema mais de dez vezes. Por causa dessa história, diz-se que Dickens é “o inventor do Natal” da maneira como é celebrado hoje. Essa lenda é explicada aqui .  Em “Um conto de Natal”, Ebenezer Scrooge é um velho empresário preocupado apenas em trabalhar, ordenar aos seus funcionários que façam o mesmo e acumular dinheiro. Hater do Natal, Scrooge recebe, na véspera, a visita do fantasma de seu falecido sócio, Ja