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Mostrando postagens de novembro, 2023

#15 Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, de Maya Angelou

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  (Astral Cultural, Tradução de Regiane Winarski) Há tempos eu tinha em mente ler “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, então eu tinha expectativas, ainda que imprecisas, sobre as memórias de Maya Angelou (Marguerite Ann Johnson). Ao ler o início do livro, pensei em colocá-lo nesta lista , pois estava achando a narrativa da autora, de sua ida para o Arkansas com o irmão, Bailey Jr., para morarem com a avó paterna, uma tragédia cultural e familiar pesada demais para o meu momento. Porém, conforme avancei na leitura percebi o quão variados são os capítulos e as personagens da vida de Maya. Se você não sabe nada a respeito dela e não se importa em pegar alguns detalhes que no livro aparecem mais para a frente, dê uma olhada aqui . Os capítulos iniciais, relatando a massacrante rotina de famílias negras no sul dos EUA na década de 30 e também o que narra um evento traumático ocorrido ainda na infância de Maya foram os mais difíceis de ler, pela crueldade das violências descrita

#14 O sistema e o antissistema, de Boaventura de Sousa Santos, Helena Silvestre e Ailton Krenak

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  (Autêntica) Fuçando no acervo da Bibli ON , encontrei esse livrinho do qual nunca tinha ouvido falar antes. Na primeira parte do prefácio, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, autor do primeiro ensaio, explica que após a publicação de seu artigo homônimo ao livro, recebeu da escritora Helena Silvestre um comentário dizendo que tinha uma visão muito diferente do tema. Após Helena topar escrever um outro texto com sua própria opinião, Boaventura convidou também o jornalista e filósofo Ailton Krenak a colaborar para a discussão. E assim nasceu este livro com três ensaios curtos. “Sistema e antissistema” abre o livro e é onde Boaventura explica os dois conceitos por meio da História, a partir dos eventos pós segunda guerra mundial, que culminaram com o cenário globalizado capitalista em atual vigência no mundo ocidental. Esse texto é um artigo acadêmico e, portanto um pouco maçante de se ler. A visão do autor, português de Coimbra, é também a mais distante da minha realidade. Mesm

#13 Northanger Abbey, de Jane Austen (releitura)

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  (Barnes and Noble Signature Editions) Breve sinopse: Catherine mora no interior da Inglaterra e, aos dezessete anos, é convidada pela primeira vez por amigos de sua família a ir com eles para Bath, o point de veraneio com águas termais  que aparece em tantos romances da época, incluindo outros de Jane Austen. Lá, a garota vai alargar um pouco o seu conhecimento de mundo, socializar fora de seu círculo pela primeira vez, fazer amizades e amadurecer.  Já há algumas semanas terminei a releitura de “Northanger Abbey” (“A Abadia de Northanger”) mas, por ser muito fã de Jane Austen, me peguei pensando que não havia nada a dizer a respeito da autora e do seu livro além de “leia logo, por favorzinho”! Hoje tenho algumas outras considerações, então aqui estou. Para quem não sabe, o pseudônimo que adotei aqui no blog foi inspirado por Catherine Morland, a protagonista desse romance. Essa escolha foi feita com base nas impressões que a leitura anterior me deixou, de que Catherine tem a ima

#12 Sobre abandonar leituras

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  FB Depois do post anterior , fiquei pensando numa outra causa de ansiedade para leitores ‒ o abandono de leituras. E já vou entregar logo: eu abandono, sim, livros quando me dá vontade! Foi, porém, uma longa jornada até aqui. Durante boa parte da vida, eu fui o tipo de leitora que fazia questão de sempre terminar todos os livros, por mais chatos ou difíceis que eles fossem. Eu enchia a boca para dizer que assim podia “falar mal com propriedade” quando um deles não me agradasse. Hoje acho isso desnecessário, mas entendo meu eu de ontem que focava no fato de que algumas leituras levam mais tempo do que outras para “engrenarem”.  Outra razão que antigamente me impedia de deixar de lado uma leitura era um perfeccionismo absurdo. Isso não chegava a “estragar” a leitura como entretenimento, o papel fundamental dela na minha vida, mas tornava o consumo de certas obras mais uma obrigação dentre tantas outras na rotina. Então eu gastava todo o tempo de leitura dos livros detestados tolerand